O mundo está a mudar. Até para o observador menos atento, será provavelmente evidente que se verifica uma expansão de movimentos políticos extremistas a nível global. Apesar de não ser algo novo nem absolutamente surpreendente, seria de esperar que tivéssemos aprendido com a história recente. Não parecendo ser possível fugir ao confronto com esta realidade, urge então pensar no seu significado e procurar áreas de intervenção e desintoxicação comunitárias e sociais.
A legitimação dos discursos de ódio a que temos assistido mais não parece ser do que a aceitação e encorajamento dos núcleos mais primários e destrutivos existentes no Homem. De repente, torna-se aceitável que a rejeição do outro e da sua diferença seja verbalizada de forma absolutamente violenta, parecendo poder coexistir com uma sociedade que se pretende cada vez mais justa e humana. Da discordância passa-se ao ataque, do desagrado passa-se ao ódio visceral – sem espaço “entre”, de aceitação das diferenças.
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